sexta-feira, 14 de janeiro de 2011

Hoje

Passam Dias

Ondas de gordo azeite são meus dias
Passam tão lentamente que não passam.
Os homens a meu lado olham e passam,
Lentos também como meus lentos dias.

O futuro aí está, cheio de dias,
Mas é um charco cruel: por ele passam
Lentas sombras de sonhos, quando passam.
Noturnos céus encobrem os meus dias.

Aprendi, ensinaram-me os que passam,
Que sempre passam, passarão os dias...
Pareça embora, às vezes, que não passam.

Soube, ainda mais, que a bordo de meus dias,
Passarei eu também como os que passam,
Cinza apenas na cinza desses dias.

(RITA GEADA)

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